ABSTRACT
Embora a reconstrução mamária não retarde o diagnóstico nem aumente o risco de recidivas do câncer mamário, ela ainda não é uma opção de todas as pacientes submetidas à mastectomia. O objetivo do trabalho foi avaliar a influência de fatores clínico-epidemiológicos no desejo das pacientes de se submeter ou não à reconstrução mamária. Foram selecionadas 78 pacientes mastectomizadas há pelo menos um ano, avaliadas por meio de um questionário de dados clínico-epidemiológicos, incluindo idade, etnia, estado marital, paridade, doenças associadas, tratamento adjuvante, tempo decorrido da mastectomia e desejo ou não de reconstrução. Observou-se diferença com significância estatística (p < 0,005) entre as 49 (62,8%) pacientes que desejavam ser submetidas à reconstrução mamária e as 29 (37,1 %) que não manifestaram desejo de se submeter ao procedimento. Não houve diferença estatística entre os grupos quanto a estado marital, escolaridade e etnia. Houve diferença estatística nos fatores idade, realização de radioterapia e tabagismo (p < 0,001). Os motivos mais freqüentemente relatados para se submeter ou não ao procedimento foram medo de novo procedimento cirúrgico, no caso de resposta negativa, e restabelecimento da imagem corporal, no caso de resposta afirmativa. Conclui-se que a idade das pacientes foi o fator clínico-epidemiológico de maior impacto sobre a opção de submeter-se ou não à reconstrução mamária.
Although the breast reconstruction don't slow down the diagnostic neither increase the recurrence, not yet the option among all postmastectomy patients. The aim of the present study was to assess the influence of clinical and epidemiological aspects on the option for undergoing or not breast reconstruction among postmastectomy patients. Seventy-eight breast cancer patients aged 32 to 75 years-old were enrolled. All the patients had undergone mastectomy at least one year before the enrollment. Clinical and epidemiological aspect, as well as the option for undergoing or not breast reconstruction were assessed. The mean age of participants was 53, 8 years-old. Forty-nine (62%) of the women opted for reconstruction and 29 (48%) did not. The variables with statistical difference were age, radiotherapy and smokers (p < 0,001). The data of this study suggest that age is aspect with more impact on option for undergoing or not breast reconstruction among postmastectomy patients. Informations concerning breast reconstruction must be adapted to the clinical and epidemiological profile of patients, but must be considered as an essential stage of breast cancer treatment.